Quem sou eu

A Oficina tem como objetivo ampliar o olhar crítico dos educandos, instrumentalizando-lhes para uma inserção positiva no mercado de trabalho audiovisual.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Setor dois e meio

Querid@s,

Começamos a tratar de planos de negócios!

E por que não pensar em gerar renda e construir um mundo melhor?! O vídeo a seguir é a entrevista que passei pra vocês sobre o "Setor dois e meio". Na verdade, não gosto muito deste conceito que se define como algo que não é por inteiro, mas vale a proposta e as dicas para montarmos nosso plano de negócios!

Publico também um texto explicando melhor a proposta do setor dois e meio!

“Contexto de desenvolvimento do setor dois e meio”

Abraços fraternos!
Giba

"Carreira Sustentável"

Querid@s,

Segue um vídeo em que Minarelli expõe os pontos do trecho de seu livro "Carreira Sustentável" lido em aula.
Chamo a atenção para o trecho em que ele chama a atenção para as demandas. Nosso olhar atento e sensível é fundamental para que possamos encontrar em nós a solução para o outro, e a partir daí oferecermos soluções e gerarmos renda!

Abraços fraternos,
Giba

"Pedagogia da Terra"

Querid@s,

Segue o trecho do livro Pedagogia da Terra, do Moacir Gadotti, em que ele trata da discussão sobre sustentabilidade e lido em aula:

"Parece claro que entre sustentabilidade e capitalismo existe uma incompatibilidade de princípios. Essa é uma contradição de base que está inclusive no centro de todos os debates da Carta da Terra e que pode inviabilizá-la. Tenta-se conciliar dois termos inconciliáveis. Não são inconciliáveis em si metafisicamente. São inconciliáveis no atual contexto da globalização capitalista. O conceito de desenvolvimento sustentável é impensável e inaplicável neste contexto. O fracasso da Agenda 21 o demonstra neste quadro, o  “desenvolvimento sustentável” é tão inconciliável quanto a “transformação produtiva com qualidade” defendida pela CEPAL. Como pode existir um crescimento com eqüidade, um crescimento sustentável numa economia regida pelo lucro, pela acumulação ilimitada, pela exploração do trabalho, e não pelas necessidades pessoais? Levando as suas últimas conseqüências, a utopia ou projeto do “desenvolvimento sustentável” coloca em questão não só o crescimento econômico ilimitado e predador da natureza, mas o modo de produção capitalista. Ele só tem sentido numa economia solidária, numa economia regida pela compaixão e não pelo lucro. A compaixão deve ser entendida aqui na sua concepção etimológica original de “compartilhar sofrimento”. Na produção de sua existência, o ser humano divide o peso de sua dor de forma iníqua: para muitos, a dor e para uma minoria o máximo de prazer e consumo. O sofrimento precisa ser distribuído mais democraticamente. E isso só de fará pela justiça social. Há guerras, conflitos, sofrimentos, dor... talvez sempre existirão, mas poder-se-ia ter mais paz se tivéssemos mais justiça. A sociedade é uma utopia contemporânea e como toda utopia, afirma Eduardo Galeano, não serve para nada; serve apenas para caminhar – para nos manter vivos, esperando, lutando, como dizia o  “andarilho da utopia” Paulo Freire. Lutar por um mundo menos malvado, menos feio e mais justo. A utopia do “desenvolvimento sustentável” é certamente contraditória e perece não servir para grandes coisas, mas ela nos prestará um bom serviço, desde já, se nos guiar para uma sociedade do futuro na construção da sociedade.

Para Francisco Gutiérrez, parece impossível construir um desenvolvimento sustentável sem que haja uma educação para isto. Para ele, o desenvolvimento sustentável requer quatro condições básicas. Ele deve ser: 

1-      economicamente factível;

2-      ecologicamente apropriado;

3-      socialmente justo;

4-      culturalmente eqüitativo;

Essas condições do desenvolvimento sustentável são suficientemente claras, auto-explicativas. O desenvolvimento sustentável, mais do que um conceito científico, é uma idéia-força, uma idéia mobilizadora nesta travessia de milênio. “Apesar das críticas a que tem sido sujeito, o conceito de desenvolvimento sustentável representa um importante avanço na medida em que a Agenda 21 global como plano abrangente de ação para o desenvolvimento sustentável no século XXI, considera a complexa relação entre desenvolvimento e meio ambiente numa variedade de áreas” (JACOBI, 1999, p. 18). Como afirmou certa feita Juha Sipilä, diretor do Conselho Metropolitano de Helsinque. “desenvolvimento sustentável significa usarmos nossa ilimitada capacidade de pensar em vez de nossos limitados recursos naturais” (KRANZ, 1995, p.8). Para Leonardo Boff (1999, p.198), “uma sociedade ou um processo de desenvolvimento possui sustentabilidade quando por ele se consegue a satisfação das necessidades, sem comprometer o capital natural e sem lesar o direito das gerações futuras de verem atendidas também as suas necessidades e de poderem herdar um planeta sadio com seus ecossistemas preservados”.
"

Lembrem-se que ele aborda de um determinado espectro político, mas ao citar a compaixão como valor de sustentabilidade, relacionamos às dicas sobre empregabilidade e carreira (ver post seguinte), que tem outra visão política. A opinião política é de vocês, mas a busca por renda e a construção de um mundo melhor e mais criativo é um compromisso nosso!!!!!

Abraços fraternos,
Giba

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A extraordinária aventura vivida por Vládimir Maiakóvski no verão na Datcha

Querid@s,

Segue o poema de Maiakovski que lemos esta semana;

A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha

A tarde ardia em cem sóis
O verão rolava em julho.
O calor se enrolava
no ar e nos lençóis
da datcha onde eu estava,
Na colina de Púchkino, corcunda,
o monte Akula,
e ao pé do monte
a aldeia enruga
a casca dos telhados.
E atrás da aldeia,
um buraco
e no buraco, todo dia,
o mesmo ato:
o sol descia
lento e exato
E de manhã
outra vez
por toda a parte
lá estava o sol
escarlate.
Dia após dia
isto
começou a irritar-me
terrivelmente.
Um dia me enfureço a tal ponto
que, de pavor, tudo empalidece.
E grito ao sol, de pronto:
¿Desce!
Chega de vadiar nessa fornalha!

E grito ao sol:

¿Parasita!
Você aí, a flanar pelos ares,
e eu aqui, cheio de tinta,
com a cara nos cartazes!

E grito ao sol:

¿Espere!
Ouça, topete de ouro,
e se em lugar
desse ocaso
de paxá
você baixar em casa
para um chá?

Que mosca me mordeu!

É o meu fim!
Para mim
sem perder tempo
o sol
alargando os raios-passos
avança pelo campo.
Não quero mostra medo.
Recuo para o quarto.
Seus olhos brilham no jardim.
Avançam mais.
Pelas janelas,
pelas portas,
pelas frestas
a massa
solar vem abaixo
e invade a minha casa.
Recobrando o fôlego,
me diz o sol com a voz de baixo:
¿Pela primeira vez recolho o fogo,
desde que o mundo foi criado.
Você me chamou?
Apanhe o chá,
pegue a compota, poeta!

Lágrimas na ponta dos olhos

- o calor me fazia desvairar, eu lhe mostro
o samovar:
Pois bem,
sente-se, astro!

Quem me mandou berrar ao sol

insolências sem conta?
Contrafeito
me sento numa ponta
do banco e espero a conta
com um frio no peito.
Mas uma estranha claridade
fluía sobre o quarto
e esquecendo os cuidados
começo
pouco a pouco
a palestrar com o astro.
Falo
disso e daquilo,
como me cansa a Rosta²,
etc.
E o sol:
¿Está certo,
mas não se desgoste,
não pinte as coisas tão pretas.
E eu? Você pensa
que brilhar
é fácil?
Prove, pra ver!
Mas quando se começa
é preciso prosseguir
e a gente vai e brilha pra valer!¿
Conversamos até a noite
ou até o que, antes, eram trevas.
Como falar, ali, de sombras?
Ficamos íntimos,
os dois.
Logo,
com desassombro
estou batendo no seu ombro.
E o sol, por fim:
¿Somos amigos
pra sempre, eu de você,
você de mim.
Vamos, poeta,
cantar,
luzir
no lixo cinza do universo.
Eu verterei o meu sol
e você o seu
com seus versos.

O muro das sombras,

prisão das trevas,
desaba sob o obus
dos nossos sóis de duas bocas.
Confusão de poesia e luz,
chamas por toda a parte.
Se o sol se cansa
e a noite lenta
quer ir pra cama,
marmota sonolenta,
eu, de repente,
inflamo a minha flama
e o dia fulge novamente.
Brilhar para sempre,
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
Gente é pra brilhar
que tudo o mais vá prá o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.


1920 (tradução de Augusto de Campos)


Envio também um vídeo com o poema interpretado por Leonardo Brício, na peça Deserto Iluminado



E  um site maravilhoso (olha aí, pessoal de VI) de poesia concreta, com vídeo, aúdio, etc!

No site encontrei um vídeo com a interpretação do poema O Pulsar, de Augusto de Campos (o mesmo que traduziu o poema de Maiakóvski para o português) interpretado por Caetano Veloso!



Busquem o seu Sol e brilhem pra valer!
Desapeguem e deixem a raiva fluir e seguir embora!
Permitam o Sol do outro e façam valer o seu potencial!


Abraços fraternos,
Giba